- Da Redação
Sob requisição da prefeitura, Santa Casa de Ubatuba volta a realizar cirurgias no 'antigo' c
Após polêmica inauguração do centro cirúrgico feita pelo prefeito Délcio José Sato, os profissionais de saúde do único hospital da cidade viram-se, novamente, obrigados a utilizar uma sala no antigo centro cirúrgico, interditado pela Vigilância Sanitária em 2017.

De forma improvisada, na última semana, uma sala de extrema urgência foi instalada no antigo centro cirúrgico da Santa Casa de Misericórdia de Ubatuba. Considerado pelas autoridades sanitárias como um local de "alto risco de infecção hospitalar” (Decreto nº 6873/2018), o antigo centro cirúrgico havia sido parcialmente interditado para realização de cirurgias.
O 'novo' centro cirúrgico, inaugurado pelo prefeito Sato em maio do ano passado, havia sido projetado para a realização de cirurgias eletivas e de emergência. Porém, as três salas cirúrgicas implantadas no espaço, anteriormente planejado para se instalar a futura UTI do hospital, apresentaram problemas técnicos (rachaduras no piso), o que obrigou a equipe médica a operar novamente no antigo espaço cirúrgico da Santa Casa.
Na ocasião da requisição, Maria Isabel Rodrigues, a antiga provedora do hospital, conhecida pelo vultoso salário de 25 mil reais, afirmou que "a necessidade de um novo centro cirúrgico era medida essencial para reequilibrar a situação financeira da instituição que há alguns anos não realizava cirurgias eletivas” (ata de reunião no Ministério Público, IC664/15).
Em maio de 2018, o prefeito decretou calamidade pública nos serviços de saúde e requisitou, por dois anos, a instituição. Porém, o hospital, na visão dos munícipes, continua, atualmente, a padecer das condições calamitosas descritas na justificativa do decreto.
Na época, o Executivo alegou ser necessária a requisição para melhoria das condições de prestação de saúde, com fundamento nos altos índice de infecção hospitalar e mortalidade infantil, superiores à média estadual. Segundo uma funcionária, que não quis se identificar, a extinção da Enfermaria de Cuidados Especiais (ECE), que funcionava no local do atual centro cirúrgico, contribuiu para a diminuição na qualidade do atendimento aos pacientes em estado grave. Além disso, após quase um ano da requisição feita pelo governo Sato, a cozinha do hospital continua preparando as refeições em local provisório.
Segundo munícipe que esteve presente na inauguração do centro cirúrgico, a situação do hospital continua crítica e algumas questões necessitam ser esclarecidas pela prefeitura com urgência. "Estive presente na inauguração do centro cirúrgico e, pessoalmente, questionei o prefeito se o local possuía condições de funcionamento e alvará da Vigilância Sanitária. Questionei, ainda naquela inauguração, como havia sido feita essa operação de ‘adiantamento’ de R$ 500 mil que a prefeitura declarou ter feito para a reforma do centro cirúrgico e da nova ala da pediatria, mas até hoje, a questão desse repasse em forma de adiantamento não foi esclarecida”, finalizou a munícipe.
Segundo a Santa Casa, "na última semana foi necessário fazer melhorias no piso do novo centro cirúrgico, visando a liberação do espaço pela Vigilância Sanitária, e por esse motivo, as cirurgias de emergência foram realizadas no local antigo. A previsão é de que nesta quarta-feira, dia 27, as cirurgias voltem a ser realizadas no 'novo centro cirúrgico’”. Espaço que até hoje, não possui o alvará definitivo da Vigilância Sanitária.