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  • G1 Vale do Paraíba e Região

Câmara de Ilhabela convoca secretário para esclarecer contratação de humoristas

Secretário de cultura, Adalberto Henrique da Silva Lopes, foi chamado para dar explicações na sessão desta terça-feira (23). Postagem de comediantes viralizou em redes sociais. Após a repercussão, prefeitura informou que suspendeu pagamentos e abriu sindicância.

Foto: Divulgação

Após a repercussão nas redes sociais das acusações de supostas irregularidades na contratação de comediantes para o evento 'Ilhabela Comedy', a Câmara de Ilhabela (SP) convocou o secretário de Cultura, Adalberto Henrique da Silva Lopes, para dar explicações na sessão desta terça-feira (23).

Um grupo de artistas contratado para o evento pôs sob suspeita, em vídeos postados na web, o valor dos cachês pagos pela prefeitura para um show no último fim de semana – segundo o diário oficial, as contratações custaram entre R$ 8,3 mil e R$ 29,6 mil, mas os humoristas dizem ter recebido no máximo R$ 2,5 mil.

Foram contratados 21 artistas, entre os quais nomes conhecidos como Evandro Santo, Rodrigo Capela e Maloka.

(Atualização: na sessão de câmara, o secretário respondeu a questões feitas pelos vereadores. Ele disse que a prefeitura não contratou nenhum dos 21 artistas e que eles foram contratados pela empresa. Questionado sobre a fragmentação dos pagamentos, o secretário disse que a decisão por fazer contratos dessa forma é de "conveniência da administração”).

De acordo com o presidente da Câmara, Marquinhos Guti (DEM), o legislativo espera que o espaço seja usado para esclarecer a situação. A convocação foi assinada por todos os nove vereadores.

“Diante da repercussão, seria imprudente da parte deles não comparecerem. A lei orgânica nos dá essa possibilidade de convocar. Pedimos que eles tragam também o representante da empresa e toda a documentação do evento", disse o presidente do legislativo.

Além da convocação, a Câmara pediu que o pagamento seja suspenso e ainda questionou o executivo sobre por quê o evento foi desmembrado em 21 processos administrativos.

A prefeitura informou que o secretário de Cultura vai comparecer à sessão, que tem início às 18h.

A administração municipal afirmou que não há nenhuma ilegalidade nas contratações, mas após a polêmica, informou que suspendeu os pagamentos e instaurou uma sindicância – a divulgação da suspensão ocorreu logo após a convocação ser divulgada pela Câmara.

Câmara de Ilhabela convocou secretário de cultura para prestar esclarecimentos sobre contratação de comediantes — Foto: Reprodução/ Câmara de Ilhabela

Polêmica

A polêmica sobre os cachês começou antes do show, quando um dos artistas, conhecido como Maloka, postou na web um vídeo com uma paródia sobre o preço do camarão em Ilhabela.

Esse vídeo viralizou, com mais de 40 mil visualizações, e levantou a discussão entre turistas e moradores na internet. Nos comentários, um dos internautas contestou a reclamação do comediante, sob o argumento que ele teria recebido R$ 12 mil em cachê para uma apresentação no arquipélago e, portanto, seria injusta a crítica.

O valor citado pelo internauta está em uma publicação no Diário Oficial do Estado do último dia 17, dois dias antes do evento. No documento está a dispensa de licitação para a contratação da Graffic Comunicação (nome fantasia de L.F.H.M. Comunicação), de São Sebastião.

A empresa foi contratada para promover o evento 'Ilhabela Comedy'. Na publicação, estão valores nominais do custo da apresentação de cada humorista. Na lista, figuram cachês de até R$ 29,6 mil.

Ao ver a publicação no Diário Oficial e os valores, Maloka rebateu em um vídeo. “Quem diria que o preço do camarão fosse revelar uma possível corrupção, hein?! O meu cachê, isso eu tenho como provar, foi R$ 1,7 mil por 15 minutos de show. Esses R$ 12 mil que estão falando que eu recebi, eu não recebi. Vamos me ajudar a achar o restante desse dinheiro e me ajudar a esclarecer essa história”, comentou na publicação que tem mais de 1,3 mil compartilhamentos.

Maloka acabou não fazendo a apresentação porque disse que estava sendo ameaçado após a polêmica sobre a paródia.

O que diz a empresa

A Graffic, empresa contratante dos artistas para o evento segundo publicou uma nota na web em que diz que as suspeitas de superfaturamento são infundadas e que 'os valores que constam na publicação incluem, além da apresentação, infraestrutura, divulgação, alimentação e transporte da equipe do evento'.

Por telefone, um dos sócios da Graffic disse ao G1 nesta terça-feira (23) que vai prestar esclarecimentos e que não há irregularidade na contratação. A empresa é dona da marca 'Ilhabela Comedy', com a qual os humoristas têm vínculo e recebem um valor pré-definido por apresentação.

Na prática, a Graffic é contratada e, do valor global do contrato, repassa parte aos artistas. A empresa ainda informou que pagou o cachê dos artistas e a administração municipal ainda não fez o pagamento - e também não notificou a Graffic sobre a suspensão do pagamento anunciada na segunda (22).

"A média de custo de cada artista varia de acordo com questões relacionadas, por exemplo : local (foram três), dia de apresentação (foram três), quantidade de pessoas relacionadas na equipe de trabalho envolvidas no dia de trabalho, cachês, tamanho de estruturas, entre outros", diz trecho da nota.

A empresa informou que todas as despesas serão apresentadas à prefeitura até o dia 29 de abril e assim que forem apresentadas, estarão disponíveis publicamente.

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