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  • Henrique Coelho e Nicolás Satriano, G1 Rio

Bolsonaro diz querer fazer de Angra dos Reis uma 'nova Cancún'

Presidente também afirmou que estação ecológica onde ele foi multado em 2012 por pesca ilegal 'não preserva absolutamente nada'.

Bolsonaro e Witzel em evento no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (8) que Angra dos Reis, município na Costa Verde, no Sul Rio de Janeiro, tem potencial para ser uma "nova Cancún no Brasil". De acordo com ele, a região pode trazer "bilhões de reais" para o estado.

Bolsonaro também fez críticas e manifestou interesse em fazer mudanças, via decreto presidencial, na Estação Ecológica de Tamoios (Esec Tamoios), uma unidade de conservação federal de proteção integral onde é proibido qualquer tipo de intervenção humana. O presidente não especificou, porém, o que seria mudado.

 

"O nosso estado, na presença aqui do Witzel [governador do RJ] ,merece ter uma Cancún. E nós poderemos tê-la. E estamos trabalhando para a região de Angra. Depende de um decreto presidencial. Porque a Estação Ecológica de Tamoios está demais. Não preserva absolutamente nada e faz de uma área rica, que pode trazer bilhões de reais, por ano, em turismo, que está parada por falta de uma visão mais objetiva, mais progressista nessa questão ", explicou o presidente.

 
Lopes Mendes, em Ilha Grande, em Angra dos Reis — Foto: Divulgação/Luís Fernando Lara

Multa por pesca ilegal

Em janeiro de 2012 – quando ainda era deputado federal – Bolsonaro foi multado em R$ 10 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) ao ser flagrado pescando num barco no costão da Ilha de Samambaia, que integra a Esec Tamoios.

No ano seguinte, o parlamentar entrou com um mandado de segurança na Justiça Federal tentando conseguir autorização para pescar na estação ecológica.

As declarações do presidente ocorreram após cerimônia de homenagem ao Dia da Vitória, no Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo. A solenidade lembrou o êxito das forças aliadas sobre o nazifascismo na 2ª Guerra Mundial, há 74 anos.

Violência em Angra dos Reis

Em Angra dos Reis – município que Bolsonaro considera poder ser uma "Cancún" brasileira – praticamente dobraram os números de mortes violentas, de 2014 para 2018. Foram 128 casos contra 245 no ano passado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Policiais da Core dentro de comunidade de Angra dos Reis — Foto: Redes sociais

No fim de semana, o governador Wilson Witzel fez um sobrevoo de helicóptero durante uma operação na região de Angra dos Reis. Na mesma ação, um policial efetuou disparos a esmo que atingiram uma tenda evangélica, segundo moradores.

Nas ruas da cidade, a população está com medo da violência. Na terça-feira (7), a polícia foi às ruas em mais uma operação com 100 agentes.

Sete mandados de prisão foram cumpridos. Um homem preso em flagrante pelo crime de receptação de telefone celular e três carros roubados recuperados.

'Funcionária fantasma'

A relação entre Bolsonaro e a região de Angra envolve algumas polêmicas que surgiram ainda na eleição presidencial, no ano passado.

Uma reportagem da Folha de São Paulo publicada em janeiro indicou que o então presidenciável (ex-deputado federal) utilizou verba da Câmara dos Deputados para empregar uma vizinha dele em Mambucaba, vila histórica que fica a 50 km do centro de Angra dos Reis.

Walderice Santos da Conceição, de acordo com a reportagem, era uma das 14 funcionárias do gabinete de Bolsonaro em Brasília e recebia pouco mais de R$ 1,3 mil. A suspeita levantada pela Folha era a de que "Wal" fosse "funcionária fantasma" do presidente.

Durante o período eleitoral, em agosto, o então presidenciável Bolsonaro disse em debate na TV que a mulher havia pedido demissão.

"A senhora Wal, senhora Walderice, é uma funcionária minha que mora em Angra dos Reis. Ganha R$ 2 mil por mês. Quando a 'Folha de S.Paulo' foi lá e não a achou, botou em manchete no dia seguinte que ela era fantasma. Só que, em boletim administrativo da Câmara dos Deputados de dezembro, ela estava de férias. Do final de dezembro até final de janeiro", disse Bolsonaro no debate.

Homenagem

Bolsonaro chegou pouco antes das 11h ao Monumento Nacional aos Mortos, também conhecido como Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, e condecorou veteranos.

Ele agradeceu aos militares presentes no evento que representaram Marinha, Exército e Aeronáutica.

Dois dos generais ministros de Bolsonaro, general Fernando Azevedo e Silva, da Defesa, e o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, estavam ao lado.

Estiveram também o prefeito Marcelo Crivella e o governador do RJ, Wilson Witzel.

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