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Por ordem de Bolsonaro, PSL abandona base do governo Witzel

Todos os deputados do partido terão que entregar os cargos que possuem na gestão do governador do Rio.

O presidente Jair Bolsonaro ao lado do filho o senador Flavio Bolsonaro e o governador do Rio, Wilson Witzel 24-06-2019 Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

O PSL, partido com mais deputados na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), decidiu deixar a base do governador Wilson Witzel (PSC), conforme foi antecipado pela colunista do Extra Berenice Seara. A decisão foi comunicada oficialmente nesta segunda-feira, por meio de nota. A ruptura ocorreu após Bolsonaro condenar entrevistas de Witzel à revista Época e à GloboNews nas quais o governador fez críticas à gestão do presidente e manifestou intenção de se lançar candidato à Presidência. Segundo fontes, a ordem para a saída do governo do Rio partiu do presidente Jair Bolsonaro. Por meio do Twitter, o presidente, porém, negou a informação: "Não determinei nada. Fakenews!"

Todos os 12 deputados estaduais do PSL terão que entregar os cargos que mantêm no governo, inclusive a deputada federal Major Fabiana, nomeada no mês passado por Witzel para a Secretaria de Vitimização, pasta que dá assistência a policiais e vítimas de bala perdida. Vice-líder do governo Witzel na Alerj, Alexandre Knoploch (PSL) também deixará a função.

Deputados do partido aguardam orientação de Flávio Bolsonaro, presidente do PSL-RJ, para saber qual será o nível de oposição ao governo Witzel - o senador está em viagem à China. Uma preocupação é a mudança brusca de discurso, já que dez parlamentares do PSL são próximos de Witzel. Indagado sobre a possibilidade de reaproximação, Dr. Serginho, líder do PSL na Alerj, respondeu:

— Nenhum dos deputados presentes na reunião manifestou qualquer discordância quanto a sair da base do governo Witzel. Todos aceitaram a orientação que foi enviada — disse.

Vice-governador minimiza crise

O vice-governador, Cláudio Castro (PSC), minimizou uma possível crise. Ele diz não identificar matérias sobre as quais os deputados precisem votar em desacordo e que o governador precisa estar “preparado” para caso o presidente Jair Bolsonaro anuncie que não quer mais ser candidato à reeleição.

— Ele (Witzel) está se cacifando para o caso de o cavalo passar selado. Se o presidente anuncia que não é candidato à reeleição, ele tem de estar preparado para ser. Não acho que ele (o governador) tenha pretensão de ir de qualquer jeito. Não vejo elementos na gestão que me digam que ele descarta completamente a possibilidade de estar aqui — afirmou Castro.

A avaliação é de que não estar na base aliada não necessariamente significa fazer oposição ao governo e que os deputados são muito “alinhados” ao governo do Rio.

— Não consigo enxergar hoje nenhuma matéria que votariam contrário. A relação do governo com deputados individualmente é muito tranquila.

Em reservado, deputados reclamam do tratamento dispensado por alguns secretários do governo. Castro rebate as críticas.

— Se há alguma reclamação, pode ser de maneira pontual, não de governo. Toda vez que reclamam de algum secretário, o governador reitera sobre a necessidade de atender os deputados.

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado de Witzel conhecido por ter quebrado uma placa com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco, diagnostica a ruptura do PSL com o governador como um erro.

— Minha opinião é que é um racha desnecessário. Não tem maturidade política quando você têm dois governos que não são antagônicos, pelo contrário, têm um objetivo único, só que ficam margeando uma vaidade. Isso atrapalha. Não se pode deixar por uma vaidade, porque um diz que o outro foi eleito na sombra dele e o outro quer ser presidenciável, atrapalhar o Estado do Rio de Janeiro.

O vice-governador diz não temer uma eventual retaliação do presidente Jair Bolsonaro por causa dos movimentos políticos de Witzel.

— As verbas são obrigatórias. As emendas de bancada também são impositivas. E o senador Flávio (Bolsonaro) acabou de aprovar uma emenda que destina R$ 2 bilhões ao Rio. Flávio é muito republicano. Não consigo imaginá-lo retaliando o povo do Rio — diz Castro.

Apesar de a ordem ter partido de Jair Bolsonaro, a decisão é atribuída ao filho Flávio. Em nota, o PSL informou ter sido orientado pelo senador a desembarcar “por discordar de posicionamentos políticos do governador”. O texto diz ainda que os 12 deputados do partido “reiteram o compromisso com o Estado do Rio de Janeiro”. Assina o documento o deputado estadual Dr. Serginho, líder da bancada do PSL na Alerj.

Na semana passada, ao programa Em Foco com Andréia Sadi, da GloboNews, Witzel admitiu que pretende concorrer à presidência da República.

— Eu sou governador do estado querendo ser presidente da República, disse Witzel, que foi eleito com o apoio de Flávio Bolsonaro.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Dr. Serginho

"A bancada do PSL na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), por orientação do senador Flávio Bolsonaro, presidente estadual do PSL-RJ, não está na base do governo na Alerj a partir desta segunda-feira (16/09), por discordar de posicionamentos políticos do governador. Os 12 deputados do partido reiteram o compromisso com o Estado do Rio de Janeiro."

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