- Eduardo Cesar
PÃO E CIRCO
O Pão, assunto do momento, está sozinho, já que nem circo há mais, valorizou-se e tornou-se tão cobiçado que apesar de tantas opções e preços, se tivéssemos na Roma antiga, estaria sendo assado na padaria do imperador, e pago a peso de ouro, já que ouro não faltava ao império que enriquecia a cada nova conquista.

Muitos de nós já ouvimos o termo “Política do Pão e Circo”, quando governos vão mal e querem acalmar o povo, possivelmente alguns não sabiam que a origem do termo surgiu nas primeiras décadas da história, depois de Cristo.
Naquele momento o Império Romano seguia conquistando territórios e povos, sendo o governo, o mais temido e respeitado no planeta pois tinha o maior poderio militar da terra, a sensação de poder, tornava alguns imperadores gananciosos e sem limites.
Apesar de todo o poder, das conquistas e riquezas, o povo romano sofria com necessidades básicas, naquele momento da história, a falta esgoto e as péssimas condições de higiene, propiciavam epidemias e várias doenças que tornavam a vida do povo sofrida e muito frágil.
Naquele momento da história Romana, para acalmar a revolta do povo faminto que sofria a frieza de um governo insensível, já que nos palácios e para os membros do senado, nada faltava, a solução encontrada pelos governantes, foi fornecer cereais que matasse a fome das pessoas e espetáculos de gladiadores, jogos,corridas, teatro e eventos circenses, essa postura funcionava, dando origem ao termo “Política do Pão e Circo”.
Situação parecida com que acontece nas cidades que vivemos hoje, os mais pobres vivem morando mal, construindo em encostas, onde rolam as pedras que ceifam a vida dos mais inocentes moradores, que são obrigados a deslocarem-se por ruas sujas e esburacadas, estrutura de saúde que apesar de muito recurso, pouco oferece, enfim, um povo que mais de dois mil anos depois, ainda tem o mesmo motivos que os pobres romanos tinham para revoltar-se.
Espantoso imaginar que nos dias de hoje governos frios, insensíveis e incompetentes, desprezem tanto o povo, suas necessidades e opiniões, que sequer oferecem “Circo”, ou seja, inertes não realizam eventos de qualidade, sejam esportivos, sociais,culturais ou recreativos.
Apostam na impunidade e que não serão punidos por seus erros e crimes, na esperança de que faltando seis meses algumas nomeações de ex adversários, o lançamento de alguma grande obra pública ou projetos de pavimentação, farão com que o ingênuo povo reconduza os poderosos do momento a seus cargos.
O Pão, assunto do momento, está sozinho, já que nem circo há mais, valorizou-se e tornou-se tão cobiçado que apesar de tantas opções e preços, se tivéssemos na Roma antiga, estaria sendo assado na padaria do imperador, e pago a peso de ouro, já que ouro não faltava ao império que enriquecia a cada nova conquista.
O aumento de propriedades dos imperadores a conivência do senado, que não agia por estar muito próximo do império, e a desigualdade gerada pela falta de respeito com o povo, eram posturas comuns em Roma.
Vale refletir como seria, se Roma tivesse um Judiciário independente, Tribunal de Contas, Ministério público, e Polícias Civis e Federais, como temos hoje, se a dissimulação e ousadia dos imperadores teria causado tanto sofrimento ao povo, fosse pela falta de interesse em oferecer circo ou interesse direto em oferecer pão.